novembro 20, 2010

"Um dia Deus pensou que poderia conceder à sua oficina uma limpeza de primavera. [...] Era assombrosa a quantidade de despojos que apareceram debaixo do banco de trabalho quando varreu o chão. Inícios de criaturas; partes que pareciam úteis, mas que deveriam ter se mostrado um engano; ideias que ele tinha deixado de lado e depois esquecido. [...] Apareceu, inclusive, um pedaço de sol. 
Deus coçou a cabeça. O que fazer com todo aquele entulho?" 
Ted Hughes, Leftovers


Eu não sei o que foi que me encantou nesse trecho.
et maintenant?Que vais-je faire?
Je suis désolé. Mas eu tenho que empurrar o francês goela abaixo e esquecer o inglês :( 
Sinto que sei tão pouco de francês. Eu estou sendo impaciente, eu sei. Queria  desde a primeira aula sair falando francês pelos cotovelos.
Eu não lembro se com o inglês foi assim, deve ter sido. Faz tanto tempo que só me lembro já falando inglês.
Não adianta nada se só escuto música em inglês. E só conheço a Carla Bruni e a Edith Piaf. 
Se alguém conhecer bandas francesas, s'il vous plaît, conte-me. 
E agora, o que pedir de natal? Ano passado eu pedi um livro e provavelmente vou pedir outro. 
Sinto que tenho quase tudo que quero. A única coisa que eu quero ter mais e mais são livros. 
E roupas. E sapatos. Tudo bem que isso já é meio obsessão. 
Eu quero livros! Eu quero devorá-los e sentir dor de cabeça depois. Eu quero sonhar com as palavras. 
Isso me lembra de outro trecho. 

"Não é possível ler de verdade um livro sem estar só. Mas é justamente por causa dessa solidão que acabamos nos relacionando intimamente com pessoas que talvez jamais houvéssemos conhecido, seja porque estão mortas há séculos, ou porque falam idiomas que você não entende. Porém, eles se transformam nos teus mais íntimos amigos, nos teus mais sábios conselheiros, nos magos que te hipnotizam, nas amantes com que você sempre sonhou." 
Antonio Muñoz Molina, "El poder de la pluma" 

Um comentário:

GB disse...

Pode postar algo novo agora. rs