Era uma vez. E acabou o conto antes mesmo de começar.
Era uma vez e você havia partido antes mesmo de chegar.
Era uma vez e a felicidade foi embora antes mesmo de se experimentar.
Era uma vez que nunca existiu. Uma vez que nunca se foi.
E a vez que nunca se viu.
Era uma vez um dia e noite; se não fosse o lampião, eu
nunca perceberia o tempo.
E se não fosse as marcas, era uma vez nunca haveria; se
não fosse por nós, nada seria.
Era uma vez um era uma vez. Era tudo e era o nada.
Era uma vez um escritor farsante e seus personagens num
papel sem vida.
Assim eu, com a história incompleta e a vida de era uma
vez, sem vez nem era.
Assim você, numa outra era. Vivendo uma vez sem pode se
ser.
Assim nós, sem poder nos ver.
E como vamos ser sem viver?
Não sei, mas acho que as minhas poesias sempre foram meio Florbela Espanca.
5 comentários:
E depois vc diz que não sabe escrever...
gostei!
ja estou seguindo
me ajuda e me segue de volta por favor...
www.makepopular.blogspot.com
Sendo bem franco, você é uma pessoa de talento excepcional.
Prosseguindo, porque agora estou no PC e dá pra escrever melhor, você sempre foi admirável em muitos aspectos, fascinante. Qualquer um que tenha o privilégio de conversar com você consegue notar sua inteligência e o jeito único de ser. Isso também transparece na sua escrita, por exemplo. É uma honra, um orgulho poder ver você crescer assim e ter um desenvolvimento que, embora para mim não seja surpreendente (nunca esperaria diferente da sua pessoa), é sensacional.
Postar um comentário